sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

...

Dos caminhos eu levei, e as ruas eu cerquei.
Quando te alcancei, meu sufoco derreteu.
Amanha não terei o que hoje me acontece, mas quando machuca, a dor perpetua.
Os olhos que me cegam para a luz que me aquece.
Aquele drink que esperei chegou as minhas mãos, mas quando eu o tomei, desabei.
Meus erros e desejos se concentraram em um só.
O que me faz acontecer, porque tudo está no tempo que eu não me alcanço?
Me mostre! Eu encontrarei?
O que falta são sentimentos para me preencher. Frio e vazio.
Ela está aqui para me conquistar e deixar sua luz abraçar, e desfazer o que não está completo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Acho que terminei meu relato.

Quarta-feira, 15 de setembro.
À noite fui ao cinema com os meus pais, durante o filme (fui assistir Nosso Lar) senti uma dor muito intensa, forte e longa. Foi a minha primeira contração com dor.

Quinta-feira, 16 de setembro.
Durante o dia foi tudo tranqüilo, à noite, porém eu estava me sentindo um pouco desconfortável e estava tendo algumas contrações, fiquei um pouco desconfiada.

Sexta, 17 de setembro.
Na madrugada de quinta para sexta, eu comecei a sentir dores mais fortes, mas suportáveis, passei tudo isso em silencio, sem comentar nada para meus pais, liguei para a Tati, enfermeira obstetra, mas ela não atendeu, então liguei para a Glaucia, fisioterapeuta, e avisei, ela me tranqüilizou e voltei a dormir, em um momento que fui ao banheiro, quando olhei no vaso levei um susto, o tampão do útero saiu. Voltei a ligar para a Glau, e um tempo depois a Tati me liga, explico tudo, volta a me tranqüilizar.
Na parte da manha a Glau vem a minha casa junto com a Jessica, a quem eu ainda não conhecia. Mediram a minha dilatação, diga-se o toque não é nem um pouco confortável, estava com 3 cm, eu já tinha passado uma semana com 1 cm de dilatação, agora era esperar se ia ter continuidade ou ia estabilizar. A Glau ficou aqui em casa na espera da Tati chegar, que estava voltando de Maringá.
Durante toda a manha eu fiquei andando para lá e para cá, para aliviar as dores, eu estava inquieta e comecei a fazer o almoço cedo. Eu estava tranqüila (a base de calmante) e sorridente.
A Tati chegou, fez novamente o toque, estava com 4 cm, agora era confirmado, eu estava em trabalho de parto. Minha mãe estava comigo, e no decorrer da tarde fomos avisando as pessoas, a Fran, melhor amiga, chegou aqui em casa para me fazer companhia. Próximo as 16h, eu estava na cozinha, me levantei da cadeira rindo de alguma coisa que a Fran falou, não lembro, dei alguns passos e assim minha bolsa estourou. A partir dai as coisas aceleram. Começamos a encher a banheira, e enquanto ela enchia e esperava a temperatura da água estar boa, eu fiquei no chuveiro, na bola de pilates recebendo massagem e relaxando.
Entrei na banheira e começou o momento mais delicioso, já era umas 18h, as luzes no banheiro eram suaves, o cheiro de camomila estava me acalmando e a musica me relaxava mais ainda, estava meditando. As contrações surgiam e eu me mexia dentro da água com movimentos suaves transformando a dor em sensações tranqüilas e suportáveis. Meu pai sempre ao meu lado, eu segurava sua mão como ponto de apoio, trouxeram gelatina para comer e me refrescava. Estava tão relaxada que acharam que minhas contrações tinham parado, mas eu as recebia com prazer.
No momento em que as contrações começaram a surgir mais forte, chegava a hora de a Indra nascer, a contração vinha forte e eu fazia força, mas me diziam para relaxar - Deixe vim, tranqüilo - E lá vinha a dor insuportável novamente, e eu fiz força, a Indra voltava, porém concentrada como eu estava foi fácil relaxar, e quando tranqüila, ela nasceu.
Recebi em meus braços limpa e com os olhos abertos. Nós, ligadas pelo cordão umbilical, ficamos nos curtindo dentro da água, e minha família a minha volta. Depois do cordão cortado ela foi levada para fazer os exames e eu fui me cuidar, fui para minha cama, saiu a placenta e foi dado os pontos.
Ela veio para mim, tentei amamentá-la, mas ela estava tranqüila. Tomei meu banho, me alimentei e dormi junto a ela na cama.
A Indra nasceu com 39 semanas e 2 dias, às 21h27min. Pesando 3,300 e medindo 50cm.
Apgar 1min. 9 e 5min. 10

Aquele momento inesquecível e que sinto enormes saudades.

Amor concentrado.

Água que me tranquiliza. Me alcança. Me delicia.
Suave ao cair, relaxante ao escorrer, acalma o corpo necessitado de paz e concentração.
Serágua.
O coração que bate lentamente, dissolvendo a dor e distribuindo energia.
Harmonia.




Quero voltar a sentir aquela sensação de paz, concentração e tranquilidade que eu senti no momento em que você estava nascendo, o movimento suave na água, o cheiro da camomila me relaxando, a musica que me mantinha concentrada, aquela mão que me segurava e me apoiava. Volta sensação. Ah! Paz que saudade. Meu espirito. Meu ser. Relaxe...

sábado, 3 de dezembro de 2011

E o tempo passa.

Últimos dias morando em Apucarana, de certa forma eu vou sentir saudades, mas me sinto mais aliviada de estar voltando para MINHA casa, MEU lar, MEU quarto. O que fica e continua são as lembranças e os amigos super queridos.
Quando eu cheguei aqui, não tinha gostado da cidade, porém conforme eu fui conhecendo as pessoas fui me adaptando, foi um choque cultural enorme, uma diferença de poucos quilômetros, mas que você se choca.
Quando você se depara com pessoas que te recebe com os braços abertos e de cabeça tão diferente, te trás uma sensação de "achei o meu lugar", porém nunca achei algo que era realmente meu lar.
Foi ótimo sair daquele mundo onde ainda hoje você se sente sufocado e encontrar outro lugar, outra forma de visão da vida.
Quase completei 4 anos morando em Apucarana, e parece que não foi tanto tempo assim.
Agradeço a todos meus amigos que conheci e que me apoiaram tanto esses anos, aos dias em que divertimentos eram simples e ainda são. A tudo que aprendi e me adaptei. As loucuras!!! Que saudade de fazer mais algumas.
Nossa, como as coisas passam e como nós vamos mudando. Minhas ideias e características não mudaram, foram amadurecidas. E quando a Indra surgiu em minha vida, foi uma contemplação, um sonho se realizando e enquanto ela nasceu e está crescendo, eu vou acompanhando junto a ela.

Adoro vê-la dormindo e se virando na cama, suas posições mais diferentes e engraçadas. E tempo passa e a saudade fica.







-quero dormir!